Você sabe utilizar o Sistema Único de Saúde - SUS?
- Dr. Ciro Ferreira
- 7 de fev. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de set. de 2023
O Sistema Único de Saúde é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo e foi instituído a partir da constituição federal de 1988. Através dele todos os cidadãos brasileiros podem ter acesso aos serviços de saúde de forma universal e gratuita.
O SUS foi desenvolvido a partir de três princípios norteadores: universalidade, equidade e integralidade.
Universalidade: Todo cidadão, independente de raça, cor, origem ou qualquer outra característica social ou pessoal tem direito à saúde e cabe ao Estado prover o acesso da população aos serviços de saúde.
Equidade: Cada cidadão tem o mesmo direito de acessar os serviços de saúde, porém as pessoas não são iguais, portanto os investimentos em saúde devem ser alocados de acordo com o nível de carência do público, a fim reduzir a desigualdade social. Desta forma, em um bairro de classe média, em que a maioria da população tem acesso ao serviço de assitência médica privado, o número de equipes de saúde da família provavelmente é menor que em uma comunidade carente da periferia.
Integralidade: Cabe ao Estado garantir aos cidadãos o atendimento de saúde em vários níveis de atenção integrados que vão desde a prevenção de doenças, educação em saúde e campanhas de vacinação, até o atendimento hospitalar de alta complexidade.
Entender como funcionam os níveis de atenção do SUS é fundamental para que cada cidadão saiba buscar os serviços que precisa no lugar certo, com resolutividade e no menor tempo possível.
Existem basicamente três níveis de atenção em saúde. Primário, secundário e terciário. O SUS possui basicamente duas portas de entrada. A primeira é representada pelas unidades básicas de saúde (UBS) que fazem parte da atenção primária e a outra pelas unidades de pronto-atendimento (UPAS) e hospitais de média complexidade que compõem a atenção secundária.
Se existem duas portas de entrada para o SUS, em qual delas devo entrar?
Primeiramente é necessário termos em mente que o acesso ao serviço de saúde pode ocorrer de forma ambulatorial ou em caráter de urgência ou emergência. Por exemplo, se uma pessoa vem percebendo que sua pressão arterial vem apresentando níveis elevados nos últimos três meses, ela deverá procurar uma UBS e agendar uma consulta com o médico do posto.
Por outro lado, se este mesmo paciente apresentar elevação da pressão arterial associada a fortes dores no peito, ele deverá acessar o sistema através da atenção secundária, seja em uma UPA ou hospital de média complexidade. Se este paciente tiver sofrido um infarto agudo do miocárdio e precisar realizar um cateterismo para desobstruir uma artéria coronária ele será transferido para uma unidade hospitalar de alta complexidade.
O sistema segue uma ordem de complexidade de forma que cada paciente deve acessar o sistema pela porta certa, para que possa resolver o seu problema. Se um cidadão é atropelado e necessita realizar um raio X e ser avaliado por um ortopedista, de nada adianta procurar uma UBS, pois alí ele não encontrará os recursos que precisa. Ele terá que buscar atendimento em uma UPA ou hospital de média complexidade.
Por outro lado, se o paciente que sofreu o infarto, foi tratado e teve alta, necessitar renovar a receita dos seus medicamentos procurar uma UPA, será classificado como baixa prioridade e levará horas para ser atendido, pois os pacientes com maior prioridade de atendimento serão sempre atendidos primeiro e ele provavelmente acabará desistindo de esperar e irá embora. Sem falar no risco de contrair alguma infecção hospitalar.

Cabe aos cidadãos entender o funcionamento do SUS e acessa-lo da forma correta, contribuindo para um atendimento com maior rapidez, segurança e qualidade.
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